Luís Filipe Vieira agitou várias vezes a bandeira do combate ao populismo na entrevista que serviu para arrasar Rui Costa, mas passou a mesma a dizer que depois dele... o dilúvio!
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Assassinato de caráter é como se chama aquilo que Luís Filipe Vieira foi ontem fazer à CMTV, o que frequentemente diz mais sobre quem prime o gatilho das críticas do que propriamente sobre aquele a quem desenham um alvo no peito.
Este foi, naturalmente, Rui Costa, sucessor de Vieira na presidência do Benfica, conforme se adivinhava pelo momento desta segunda aparição pública do ex-líder desde que deixou o “trono” da Luz - e ambas no mesmo canal, onde parece sentir-se no conforto do lar.
O antigo presidente das águias, que valha a verdade deixou obra feita (o estádio ou a Academia do Seixal), títulos e vendas chorudas - assim como um rasto de polémica e casos que foram parar à Justiça -, recorreu por mais de uma vez ao termo “populista” ao longo da intervenção, dizendo ser algo que está disseminado no atual Benfica. Passar a maior parte da dita entrevista a transmitir mensagens do género “Depois de mim, o dilúvio”, como fez Vieira, encaixa que nem uma luva sob as abas largas desse mesmo conceito tão em voga, independentemente dos defeitos que Rui Costa possa ter como pessoa ou cabeça da complexa pirâmide que é o Benfica. Ou, se quisermos, tendo em conta o timing desta “ressurreição”, meros dias após o despedimento de Schmidt (rendido por Lage) e a apresentação de contas calamitosas da SAD encarnada, que serão votadas em assembleia no próximo dia 30, a palavra oportunismo talvez não fosse mal aplicada…