Passe de Letra >> Ricardo Horta é um dos jogadores com mais rendimento, pelo que se estranha que não vá regularmente à Seleção
Corpo do artigo
1 - A época 2019/20 foi uma época que ficará para a história, certamente. As razões nem serão desportivas. A história falará de uma anormalmente longa época e de jogos em estádios despidos de público. Será pela sua estranheza que a época ficará nos anais do futebol (e do desporto na sua globalidade, na verdade). Isto porque, apesar de tudo, o futebol da I Liga ainda se jogou até ao final e, por isso, ainda se poderá falar de uma "época", ao contrário de outros campeonatos e de outros desportos.
No caso particular do Braga, da sua principal equipa de futebol, a estranheza ainda foi maior: além da "mais do que longa época" que teve, dá-se a circunstância de ter tido cinco treinadores ao longo da mesma e ter conseguido nove pontos contra os dois primeiros classificados (e perdido muitos pontos contra os últimos...). Mas,
Apesar da estranheza, foi uma época bem-sucedida e importante para o crescimento sustentado do clube, pois vencemos um troféu de dimensão nacional (Taça da Liga)
, terminámos pela terceira vez na nossa história no pódio, e fizemos um meritório percurso na UEFA. Faltou apenas fazer algo mais na Taça de Portugal. O Braga passou a ser o quinto clube português com mais classificações no top-4 do campeonato, apenas atrás de Benfica, FC Porto, Sporting e Belenenses. Das 17 classificações top-4, 13 foram neste século, o que mostra um crescimento desportivo sólido, que a estranha "época Covid" veio, apesar de tudo, consolidar.
O Boavista tem 16 classificações top-4 e o V. Guimarães 14 (apesar de ter mais 11 presenças ). Em 2020/21, o Braga irá ultrapassar, pela primeira vez, a Académica em número de presenças na I divisão, passando a ser o sétimo clube nacional nesse indicador. Na parte estatística, sobressaem os seguintes indicadores: 61 golos marcados no campeonato (segundo melhor registo), 105 golos marcados em todas as provas (apenas superados pelos 111 em 1956/57 na II divisão) e 60 pontos (quinta melhor pontuação de sempre). Os jogadores que mais se destacaram foram Ricardo Horta, Paulinho e Trincão.
Constituem seguramente um dos trios ofensivos mais impactantes da história do clube com 58 golos durante a época. Superaram os trios Lito, Chico Gordo e Chico Faria (50 golos em 1977/78) ou Adão, Perrichon e Estêvão (38 e 42 golos em 1965/66 e 1966/67). Destes três jogadores, há que destacar, contudo, Ricardo Horta. Este ano, bateu mesmo o recorde de jogos numa só época (52 jogos), ultrapassando Alan que em 2010/11 tinha atuado em 51 partidas. Em quatro épocas com a camisola rubro-branca, disputou 183 jogos e marcou 55 golos. Números que o tornam num dos jogadores com mais rendimento em Portugal, pelo que se estranha que não seja chamado regularmente à Seleção Nacional. Oxalá, se mantenha no clube por muitos mais anos.
2 - Todas as grandes epopeias de guerreiros têm as suas lendas, os seus mitos. Esta semana, morreu Cesário, um nome lendário do clube. Foi o primeiro grande guarda-redes que representou o clube. Cesário esteve ligado ao Braga durante 14 épocas (1948-60 e 1962-64) e disputou 268 jogos oficiais.