Os jogadores do FC Porto não se colam às ideias de Anselmi e no Benfica a autoridade do líder foi posta em causa por Kokçu. Quem paga a fatura?
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O Mundial de Clubes apresentou-se aos clubes portugueses como uma oportunidade de lançarem as bases para a próxima época, depois de feitas as despedidas a alguns futebolistas que prolongaram o contrato para poderem estar nesta competição mas que, como se sabe, estão de partida. Já com um reforço integrado, Gabri Veiga, o FC Porto tinha um cenário competitivo interessante para Martín Anselmi testar o modelo de jogo que tem vindo a implementar desde que chegou ao Dragão, mas que, na verdade, tarda em revelar resultados. Ou os jogadores não entendem os conceitos ou trata-se mesmo de uma falta de qualidade gritante em termos individuais, mas a verdade é que alguma coisa está a falhar redondamente e o treinador não consegue encontrar o antídoto para eliminar os fantasmas para colocar, de novo, o clube no trilho do sucesso. Foi para isso que André Villas-Boas o resgatou ao Cruz Azul a troco de mais de 3 M€, mas a desastrada exibição frente ao Inter Miami é motivo mais do que suficiente para fazer acionar todos os alarmes, dado que a contestação é visível e esse é o pior quadro para quem se prepara para iniciar uma época com objetivos altos. Veremos a resposta no provável adeus aos States, contra os egípcios do Al Ahly.
No Benfica, a presença nos EUA serviria para juntar os cacos e completar a limpeza emocional após um final de época traumatizante, até de forma a proporcionar uma despedida condigna a um dos seus grandes nomes do passado recente, o astro argentino Di María. Mas ao segundo jogo caiu o Carmo a Trindade e o tombo só não foi pior porque Akturkoglu agarrou Kokçu e impediu que o compatriota passasse das palavras aos atos no conflito aberto com Bruno Lage, tudo num jogo que a equipa até venceu por 6-0. Se a viagem aos Estados Unidos se apresentava como o contexto ideal para unir o grupo, o resultado foi catastrófico, pois foi colocado em causa o mais importante pilar num grupo de trabalho: a autoridade do líder.
O Benfica tem legítimas aspirações de seguir em frente, o FC Porto fica pelo caminho. Em matéria de milhões, ambos ficam a ganhar (muito mais os encarnados, obviamente), mas nos objetivos paralelos o sonho americano passou a pesadelo com consequências que só o tempo se encarregará de enumerar.