PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Um artigo de opinião de José João Torrinha.
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1 Quando a Direção do Vitória pediu à mesa da Assembleia Geral a marcação de uma assembleia para discussão da situação atual e futura do nosso emblema, andou muito bem.
Andou bem porque há, efetivamente, muitas questões por esclarecer, mas sobretudo andou bem porque colocou a discussão no sítio certo. Perante informação, contra-informação e desinformação que circula um pouco por todo o lado, a Direção liderada por Miguel Pinto Lisboa todos aquietou, prometendo a tudo responder dentro de portas. Em casa.
A partir desse momento, uma responsabilidade pesada foi colocada sobre os ombros daquela que é a figura número um do nosso quase secular clube: a de, em tempos de pandemia, organizar uma assembleia que conseguisse alcançar dois objetivos: cumprir com as regras sanitárias, sem deixar nenhum associado para trás.
Sei bem que presidir a assembleias é uma responsabilidade enorme e que obriga quem preside a tomar, muitas vezes, decisões difíceis. O que as deve nortear? Sempre e só uma coisa: nunca esquecer que, como presidentes de uma assembleia, representamos todos os destinatários dela. Todos. Os que nos elegeram e todos os outros. É a eles todos, por igual, que devemos obediência e a mais ninguém.
Dito isto, a anunciada limitação da assistência à assembleia é uma desilusão. Sabendo-se que a realização da reunião é fundamental e que o momento certo é este, havia que encontrar a solução, em termos de espaço físico, que permitisse que nenhum associado que quisesse estar presente fosse impedido de o fazer.
Nem é preciso entrarmos por questões de legalidade (porque é altamente discutível a validade de uma assembleia em que um associado, no pleno uso dos seus direitos, seja impedido de dela participar) porque aqui estamos, apenas e só, perante uma questão de bom senso.
Ainda estamos a tempo de corrigir o tiro e de encontrar uma alternativa que evite que, no próximo sábado, venhamos a assistir ao impensável: associados à porta do pavilhão impedidos de entrar naquela que é a sua casa. Essa correção permitiria, além do mais, destrunfar aqueles que insinuam que tudo isto não passa de uma tentativa de limitar a afluência à reunião magna.
Pela parte que me toca, estou certo que o Padre José Antunes, pessoa que muito prezo, está a fazer tudo o que pode para que as coisas se consertem e acabem bem. Fazendo-o, estará a honrar o lugar que ocupa e a dar o primeiro passo para que a Assembleia corra como todos ansiamos. Aguardemos.
2 O Vitória já tem treinador e diretor executivo. Duas boas notícias. Notícias positivas, porque está construída a estrutura que vai trabalhar a próxima época. Tudo feito com tempo, porque não há tempo a perder. Um treinador em ascensão que encaixa como uma luva num clube como o Vitória. E um diretor executivo profissional, com já muitos anos de futebol. Cabe agora à Direção dar-lhes as condições para que possam trabalhar e montar uma equipa que nos dê as alegrias que merecemos. Porque de tristezas já andamos nós fartos.