PLANETA DO FUTEBOL - Opinião de Luís Freitas Lobo
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O que teve de recuar Pavlidis para se enquadrar com a baliza no melhor espaço. Esta frase pode parecer uma contradição para os movimentos de um avançado a atacar. Em vez de avançar, recuar. É a noção do momento certo de fazer esta movimentação só aparentemente contraditória para o que é um ponta-de-lança, que faz um n.º 9 inteligente. A inteligência de perceber como fugir à marcação é a chave. Pavlidis faz muitas vezes esse movimento para vir em apoios atrás, entrelinhas. Neste caso, defrontando uma defesa com três centrais, foi a forma de se desencaixar das suas marcações e ir buscar a bola no tal espaço curto mas livre. Depois, foi a execução perfeita do remate.
Um golo cedo que podia permitir ao Benfica pegar no jogo com personalidade, mas que criou antes na equipa uma perigosa descompressão. Deixou de pressionar, abrandou nos duelos, tornou-se mais lenta a circular a bola e defensivamente desequilibrada pós-perda (com um guarda-redes, Samuel Soares, estranhamente inseguro). O Benfica deixava praticamente de jogar e, assim, o 5x4x1 do Chaves viu que podia-se desdobrar ofensivamente e passou a surgir na frente com três homens bem lançados, mais outro no apoio.