Deixe de lado, por um instante, o Benfica-Sporting, as crises do FC Porto e as discussões sobre culpados. Vamos falar do Braga. Sim, esse Braga que, com calma e muito trabalho, mostra que há vida além dos três grandes
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O exercício que este texto propõe obriga-o a um apagão momentâneo daquilo que domina a atualidade do futebol português. Por instantes, deixe de lado a expectativa em torno de um Benfica-Sporting que pode decidir o campeão de 2024/25 e afaste, também, as teorias — mais ou menos convincentes — sobre a crise do FC Porto e a eterna procura por culpados. Desafio aceite?
Vamos falar do Braga. Sim, esse mesmo Braga que, no futebol, volta a lutar pelo terceiro lugar – que por estes dias é seu e cobiçado pelo FC Porto -, transmitindo até a sensação de que se tornou habitual ver um ou mais dos históricos “três grandes” terminarem atrás do clube minhoto. Acrescente-se a isso, a melhoria e modernização das infraestruturas, os feitos no futsal e futebol feminino, e revele-se — a quem ainda não reparou — que o Braga competirá na próxima época, pela primeira vez, no principal campeonato de basquetebol. E que esta quinta-feira a equipa de voleibol feminino pode sagrar-se campeã nacional depois de competir com Benfica, Sporting, FC Porto... E ainda podíamos falar do atletismo.
O sucesso deste Braga de autor não aconteceu à primeira aurora, nem os problemas desapareceram ao primeiro crepúsculo. Foi com tempo, calma e até erros pelo meio que António Salvador trouxe o Braga para este patamar. O patamar em que o Braga é mais depressa notícia pelos maus resultados do que destacado pelas pequenas e grandes conquistas. Como um dos grandes de Portugal. Quem imaginaria que o sucesso dá trabalho e necessita de tempo?