Os treinadores também são motivo de orgulho português
TÁTICA DO PROFESSOR - Já se sabe que foi muito duro o que aconteceu ao FC Porto, ao ficar fora da Champions. Quem sabe se o fatalismo não vai dar lugar a uma nova vitória europeia...
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1 O futebol português tem todos os motivos para andar com um sorriso nos lábios.
São oito os treinadores portugueses envolvidos nas competições europeias
Fiquei com esta ideia ao assistir aos sorteios da Champions e da Liga Europa pela quantidade de nomes portugueses que estão envolvidos nas duas competições, quer de treinadores, quer de jogadores em equipas estrangeiras, porque nas nacionais é óbvio que há muitos.
Com a brilhante prestação de Braga e V. Guimarães, Portugal conseguiu ser o país com maior número de equipas na Liga Europa, já que a estas duas teremos de juntar Sporting e FC Porto. E logo aí temos três treinadores portugueses. Depois, há ainda Nuno Espírito Santo (Wolverhampton) e Paulo Fonseca (Roma). Na Champions, Luís Castro, com Shakhtar, e Olympiacos, com Pedro Martins, mais Bruno Lage - num Benfica esta época apostado em dar uma imagem de força na Champions, em contraste com o que tem feito nos últimos anos.
Ou seja, são oito os treinadores portugueses envolvidos nas competições europeias, e isso é, primeiro, um sinal da enorme qualidade dos treinadores portugueses e, depois, a confirmação de que a credibilidade do treinador português é realmente um facto que deve alegrar a classe e também os muitos milhões de compatriotas que gostam de futebol.
Há uns anos, se calhar, ficávamos muito admirados por ver um português a treinar uma equipa estrangeira, agora é algo de comum e que nos deve encher de orgulho. Um país que gosta de futebol merece ter destes doces...
Já se percebeu que vamos ter um calendário intenso de competições internacionais
2 Já se percebeu que vamos ter um calendário intenso de competições internacionais, entre setembro e dezembro, depois se verá quem continua em prova na fase seguinte. Mas estas competições vão permitir situações curiosas, como, por exemplo, vermos Bruma, um jogador que lancei no Sporting, voltar a Alvalade, agora com a camisola do PSV, um clube holandês que luta pelo título; ou então ver Gonçalo Paciência em ação em Guimarães, ao serviço do Eintracht Frankfurt (e ele até começou muito bem a temporada).
Claro que neste reencontro de portugueses terei que exaltar o facto de os Wolves de Nuno Espírito Santo terem calhado no grupo do Braga. Nuno tem feito um trabalho extraordinário em Inglaterra, ganhou a segunda liga, que não é nada fácil, e apurou a equipa para a Liga Europa. Será uma oportunidade boa para ver de novo em Portugal jogadores como Rui Patrício, João Moutinho, Rúben Neves, Pedro Neto, Diogo Jota, Bruno Jordão, Vinagre, quase uma equipa de portugueses, que são alvo de admiração no país do futebol. Sim, há realmente muitas razões para o futebol português estar feliz.
Já se sabe que foi muito duro o que aconteceu ao FC Porto, ao ficar fora da Champions. Quem sabe se o fatalismo não vai dar lugar a uma nova vitória europeia...
3 Já se sabe que foi muito duro o que aconteceu ao FC Porto, ao ficar fora da Champions. É um dos clientes mais habituais da prova e essas coisas deixam marcas. Claro que, financeiramente, o golpe é duro e irrecuperável no imediato, mas há um lado da vertente desportiva que deve entrar na equação.
O FC Porto já ganhou a Taça UEFA e a prova que lhe sucedeu, a Liga Europa, onde o clube caiu agora com o afastamento da Champions. O FC Porto é um dos favoritos a conquistar o troféu, e não o seria na Champions. Quem sabe se o fatalismo não vai dar lugar a uma nova vitória europeia...