APITADELAS >> O branqueamento feito a situações faltosas e correspondentes decisões do árbitro no final do clássico de quinta-feira foi confrangedor
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Branqueamento I
O branqueamento feito a situações faltosas e correspondentes decisões do árbitro no final do clássico de quinta-feira foi confrangedor. A primeira e mais versada ocorrência centrou-se no possível domínio de bola com o braço por parte de Fábio Vieira. Nenhuma, mas mesmo nenhuma, imagem foi conclusiva. Os iluminados que consideraram irregular a ação do portista que, na eventualidade ter tocado a bola com o membro superior, tê-lo-á feito com zona do braço que, no início da temporada, a FIFA consignou licita, esqueceram-se deste pormenor.
Outra foi Lázaro agarrar Corona. O jogador encarnado foi quem iniciou a ação e a concluiu já dentro da área de rigor. Natural e reactivamente, o portista procurou afastar-lhe a mão, para isso segurando-lhe o braço. De modo algum existiu o que se considera falta simultânea. Houve, sim, falta única passível de penálti.
Outros dois lances alvo do mesmo tratamento ocorreram aos 48" e 90"+5", cometidos por André Almeida e Gilberto. Em ambos os momentos, os faltosos apresentaram-se com perna bem esticada mostrando dentes da bota aos adversários. A lei é clara! Uma entrada que ponha em perigo a integridade física de um adversário ou envolva o uso de força excessiva ou brutalidade deve ser sancionado como falta grosseira. Como tal deveriam ser punidos com cartão vermelho, independentemente de causarem lesão ou possível lesão.
Branqueamento II
Para branquearem os árbitros que, cordialmente, transformam cartão vermelho em amarelo, muitos evocam falta negligente. Ora, age com negligência todo o jogador que por não ter o cuidado a que está forçado, realiza uma ação violadora dos deveres a que está obrigado por respeito pelo adversário. Apresentar sola da bota é agir com negligência consciente. Esta é cartão vermelho!!!
Consciência
Outra das manigâncias branqueadoras muito em voga, prende-se com o filantrópico arrebatamento da expressão "aceita-se" ou, peregrinamente, "o árbitro entendeu que o contacto foi ligeiro". De facto, tais expressões não passam de auto desculpas para quem se revê nos lances em análise e sofre de notório trauma na superação dos erros cometidos. i.e., pesa-lhe a consciência.