PLANETA DO FUTEBOL - Opinião de Luís Freitas Lobo
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1 - A noite europeia de Guimarães teve o início dos mais belos “amores impossíveis”. O momento da paixão que depois a fria e cruel realidade matou. O Vitória tinha muito tempo para ganhar aquele jogo mas para ter essa margem de viver todos esses longos minutos na expectativa do momento certo para o fazer, não o podia perder logo cedo, no início.
A exibição de Sevilha criara uma (natural) onda de satisfação e confiança mas a verdade é que apesar de todo esse sentimento, o Vitória não tinha ganho aquele jogo (e nem tinha, pelas regras de agora, a velha vantagem dos golos fora). O empate fazia o jogo recomeçar do zero e isso tinha de devolver ao Vitória a sua forma original de pensamento antes de começar o jogo da primeira mão. A estratégia tinha de ser a mesma. Saber jogar atrás da linha da bola, nunca perder o primado da organização defensiva e puxar os seus médios para ter posse controladora sem ansiedade de chegar à frente.
2 - Sucedeu precisamente o contrário neste início de Guimarães. A equipa levitada por um estádio de sonho enlouquecido subiu logo de início no terreno e deu ao Bétis o que este queria (e nunca tivera em Sevilha). Espaços para atacar mal recuperasse a bola e encontrasse as linhas vitorianas subidas. E, assim, logo aos quatro minutos, o Vitória subido perdeu a bola e automaticamente perdeu o controlo da profundidade na qual entrou em latifúndio de terreno livre para correr, isolado, o ponta-de-lança bético Bakambu, até chegar perto da baliza e marcar. Borevkovic, o central que tira tudo no bloco baixo, hesitou (com medo do “vermelho de último homem”) quando a bola passou por eles e, num ápice, todo o jogo e estado de ânimo com que a equipa tinha entrado, estava virado ao contrário.