Favoritos começaram a nova liga tal como tinham terminado a anterior, embora no caso portista este 3-0 seja lido à luz de outra realidade
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O FC Porto entrou no campeonato da mesma forma com que se despedira do anterior, com um triunfo por 3-0 no Dragão, ainda que com contornos bem distintos – se, no adeus de Martín Anselmi ao recinto portista, antes do Mundial de Clubes de má memória, essa goleada fora uma pedrada no charco; desta vez, com Farioli ao leme, igual resultado representa uma promessa fundada de dias melhores. Não só por estarmos no arranque da época mas, sobretudo, pelo futebol que se viu, com pressão alta, passes de rotura à procura dos homens mais adiantados, atrevimento na hora de alvejar a baliza e uma atitude de descomplicação a contrastar com a era anterior.
Persistem, no entanto, alguns pecadilhos, designadamente certa permeabilidade no meio-campo defensivo, que os vitorianos, pese embora maior posse de bola, não souberam explorar. E abriu-se uma vaga no lado esquerdo da defesa, onde a ausência por lesão de Martim Fernandes constitui a primeira contrariedade no esquema do treinador italiano. Samu também faturou nesse 3-0 ao Nacional de 17 de maio, tendo Moura e Mora apontado os outros dois, ambos de fora desta abertura de pano que no caso do prodígio de 18 anos se espere não interrompa a ascensão e momentos de génio que protagonizou na última temporada. Em breve se saberá se foi opção técnica ou outros valores mais altos se alevantaram.
Também a imitar o resultado da última jornada de 2024/25 (então contra o Vitória minhoto), o Sporting, o outro favorito que esteve em campo (o Benfica-Rio Ave será a 23 de setembro), começou a defesa do bicampeonato de forma sólida, impondo-se com naturalidade a um Casa Pia mais retraído do que era habitual contra os grandes. Depois da discussão em torno da aposta de Rui Borges numa espécie de quebra com o passado recente da linha de três defesas, na sequência da derrota na Supertaça, em Rio Maior o sistema tático e respetivas dinâmicas ficaram mais límpidos: com Maxi Araújo a fazer a ala esquerda e Catamo a direita, pouco mudou (especialmente os intérpretes), afinal, em relação à última temporada. Com uma grande exceção: Trincão joga, assumidamente, nas costas do ponta-de-lança – o agora mais posicional Luis Suárez -, onde pode tirar mais partido da técnica, velocidade e visão de jogo. Ele e a equipa. Prova disso foi ter estado nos dois golos do leão.
Nas demais partidas, destaque para o sucesso de outro treinador estrangeiro na nossa liga – o que tem sido raro -, Carlos Vicens, a levar o Braga à goleada sobre o recém-promovido Tondela, com dois reforços a carburarem em pleno: Pau Víctor, o mais caro da história dos minhotos, a marcar, Leonardo Lelo a assistir. Se o outro regressado ao escalão principal, o Alverca, também perdeu, o terceiro 3-0 da ronda saiu igualmente do Minho, de Famalicão, onde se trabalha com o maior investimento de sempre do clube em reforços, o quinto da I Liga. Não obstante, os três golos pertenceram a jogadores que já lá estavam. É futebol, dirão…