O adversário, no tema negociação centralizada, sempre foram Benfica, FC Porto e Sporting
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Portugal é um país estranho. Durante anos foi deprimente a facilidade com que Mário Figueiredo, ex-presidente da Liga, pôs dirigentes, adeptos, jornalistas e até políticos - ou seja, pessoas, em princípio, inteligentes - a pensar que o maior estorvo à centralização dos direitos televisivos do futebol não seriam Benfica, FC Porto e Sporting. Eram bem conhecidas, e até contemporâneas, as guerras civis de Espanha, Itália e vários outros países por causa do tema, mas em Portugal não seria assim, porque, além do mais, esses três clubes estavam (estão) ligados por fortes laços de amizade e mútua compreensão, sem falar na sincera inquietação com o bem-estar dos irmãozinhos mais pequenos e mais pobres. Entretanto mudou o presidente e mudaram os estatutos. Os clubes voltaram à Direção da Liga, entre eles Benfica, FC Porto e Sporting; e os três assinaram um papelinho que estabelecia a negociação centralizada dos direitos TV como objetivo comum para o mandato. Até que o Benfica vendeu a parte dele, por conta própria, pelos próximos dez anos, descentralizando o que era suposto centralizar. Como se vê, é justificadíssima e na "mouche" a ira dos clubes da II Liga contra Pedro Proença, presidente da Liga, porque não há missão mais simples em Portugal do que impedir os três grandes de fazerem o que lhes der na real gana. De uma vez por todas, talvez fosse útil aos pequenos perceberem quem é que precisam de convencer.
Nota: como é evidente, nenhum clube recusaria uma proposta como a da NOS. Nem o Redemptoris Mater, tricampeão do Vaticano.
