JOGO FINAL - Uma opinião de Nuno Vieira
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Barcelona, Liverpool, Manchester United e Milan, por exemplo, não estão neste Mundial de Clubes, onde tem lugar o Auckland City. É uma equipa amadora da Nova Zelândia e que, pelo seu historial e até pela zona geográfica do planeta de onde é proveniente, onde se joga mais râguebi do que futebol, é reconhecidamente o clube com menores aspirações na competição.
O Mundial de Clubes começou com um 0-0 e ao segundo jogo houve um... 10-0. Antes de ser repensado o quadro competitivo, deixem os neozelandeses divertirem-se nas férias.
Estudantes, professores, gestores de stocks, funcionários de lojas ou de armazéns, um barbeiro e um polidor de automóveis, todos meteram férias para viajarem para os Estados Unidos e estiveram ontem em campo a dar o seu melhor, o que não evitou uma goleada à moda antiga frente ao Bayern Munique. Os 10-0 ficam para a história e revelam que, num campeonato chamado Mundial de Clubes, algo tem de ser repensado de modo a que estejam os melhores na disputa do troféu.
O mais forte continente, a Europa, tem uma quota e a Oceânia também pode estar na festa, mas os evidentes reduzidos patamares competitivos são o mais claro convite a uma reformulação do quadro de apurados para o certame. Feliz do Benfica que tem, pelo menos, uma vitória confortável reservada, isto enquanto os neozelandeses vão tentar perder pela menor margem possível e, quem sabe, aproveitar uma distração dos craques que vão ter pela frente e tentarem marcar um golo.
No final da primeira fase tudo regressa à normalidade. O guarda-redes Tracy volta a assumir o comando do empilhador e Manickum, com o seu cabelo à Cucurella, retorna os treinos a pensar na próxima internacionalização pela seleção… de futsal. O futebol é mesmo de todos.