Ao deus-dará
Um texto de Jorge Coroado.
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A expressão "ao deus-dará", controversa por ter duas explicações distintas, é mais comummente usada na gíria popular para exemplificar aquilo que funciona ao acaso, à toa, à aventura ou, mesmo, estar entregue à própria sorte. Porque legalmente empossado o CA da FPF, no que tange a legitimidade na assunção das suas deliberações, não pode ser considerado como tal, porém, o modo, a forma, o conteúdo, a eficácia, o sentido de oportunidade e, sobretudo, aquilo que é mais reclamado de um qualquer árbitro: BOM SENSO, nas ações e divulgações públicas que efetua navega em águas que não se afastam daquele conceito. Parece, mesmo, que a cada cavadela... minhoca! A anunciada reprimenda ao inefável Bruno Paixão, enquanto prosaicamente designado especialista VAR, por menor rigor na colaboração prestada a Tiago Martins quando este, perto ao final do jogo Braga/Rio Ave, cometeu erro grave não assinalando um pontapé de penálti. Fica-se sem entender. No início da época não foi mencionada adoção da prática decalcada do mundial da Rússia a qual era o VAR só intervir em lances semelhantes se e quando solicitado pelo árbitro? Ora, se Tiago Martins não requereu apoio, nada nos diz que o tenha feito, qual a responsabilidade de Bruno Paixão? No rescaldo da situação resultam duas certezas: a) entre Bruno Paixão e Tiago Martins venha o diabo e escolha; b) falta de sentido de oportunidade do CA.
Ao deus-dará II
Bruno Paixão só negligenciou funções no lance em apreço? Seguindo conceito do CA, no jogo Sta. Clara-Chaves, da mesma jornada, aos 6", não cometeu erro igual? E nas jornadas anteriores? É só ver registos! Pena não se entender a "reprimenda" como reconhecimento de erros acumulados nas jornadas em que desempenhou funções confirmando a fraca apetência que sempre teve!
Estranho!
O CO n.º 7 da FPF, de 05.07.2018, divulgou a lista de árbitros, VAR, árbitros assistentes e observadores para a época 2018/19. Como VAR surgem, apenas, os quatro despromovidos ou convidados a abandonar na pretérita temporada. Na Categoria C1PRO, em 14º, consta Jorge Sousa. Sete jornadas volvidas, o filiado da AF Porto ainda não arbitrou nenhum jogo. Só fez VAR. Estranho!