Comentário de Sérgio Vieira, treinador do Portimonense, a O JOGO, sobre o Portugal-Chéquia (2-1), da primeira jornada da fase de grupos do Euro'2024
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Resultado justíssimo. Dominámos o jogo em todos os momentos e em todos os capítulos. O onze inicial surpreendeu-me pela colocação do Nuno Mendes a central, quando temos o Gonçalo Inácio, que é natural naquela posição e que estava rotinado no campeão nacional. Além disso, jogámos com três laterais, concretamente com o Dalot, o Nuno Mendes e o Cancelo. Neste último caso, obrigou a um jogo interior quando tínhamos outros jogadores habituados a jogar naquele espaço, embora o Cancelo também faça bem aquele lugar, mas não é a posição natural dele. Há ainda a questão do Vitinha a 6, a jogar com o Bruno Fernandes, dois médios de características mais ofensivas, quando temos o Palhinha, o Rúben Neves e outros jogadores que podem dar equilíbrio. Provavelmente, Roberto Martínez também sabia que este adversário não iria expor Portugal a muito trabalho defensivo. Daí a aposta em dois médios mais criativos e com capacidade de construção.
Na primeira parte faltou um pouco de profundidade. Dominámos na posse de bola, na fase de construção e entrávamos com facilidade no meio-campo defensivo da Chéquia, mas nos últimos 20 a 25 metros faltou mais agressividade no ataque à profundidade, quer no passe e nas desmarcações de rutura.
Há um mérito que temos, porque temos jogadores de altíssima qualidade técnica e um conhecimento tático muito grande. Portugal insistiu em dominar e em desgastar a Chéquia. Com as entradas de Pedro Neto e Francisco Conceição, Portugal foi mais incisivo. Mérito do treinador e dos jogadores envolvidos.