Carvalhal confia na centralização dos direitos para pôr o Braga a ganhar. FC Porto, Benfica e Sporting apostam um almoço na Mealhada em como não.
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Em 2028, termina a maioria dos atuais contratos de televisão dos clubes da I Liga e arranca a apetecida centralização dos direitos televisivos, já vista por muitos como dinheiro em caixa.
Carlos Carvalhal antecipa que, nesse ano, o Braga até será, finalmente, um genuíno candidato ao título.
Dois dias antes, os clubes tinham reunido de surpresa na Mealhada para renegar a Federação e a Liga, sem que o motivo fosse evidente. Onde é que os clubes concorrem com FPF e Liga? Nos direitos televisivos.
Essa nova frente de batalha devia ter sugerido cautelas a Carvalhal antes de atirar a profecia. Ninguém sabe, muito menos pode garantir, que a centralização dos direitos trará mais dinheiro aos clubes. Já aqui fiz a pergunta fundamental às únicas pessoas que sabem a resposta: quem me está a ler e paga a Sport TV. Está disposto a pagar mais? Ou, se não paga agora, passará a pagar só porque os direitos foram centralizados? Será você o mecenas? Porque os aumentos sairão do bolso de um consumidor final qualquer.
O caminho alternativo seria fazer da I Liga uma arma na guerra entre operadoras, como foi nos atuais contratos. Nessa altura, não estariam em causa assinantes da Sport TV, mas assinantes da operadora, logo mais dinheiro (aconteceu em Espanha). Problema: já não há guerra entre elas. Apenas uma salutar convivência e partilha fraterna do mercado, com lucros para todas e perfeitamente dentro das regras da concorrência.
Acresce a pequena dúvida de quem vai mandar na centralização. Também conta muito para a tese de Carvalhal. É que o almoço da Mealhada (onde o leitão torce o rabo) foram apenas os três grandes a dizer que quem manda são eles. Será assim tão promissor para o Braga?