Permitir que a transição na presidência do clube e da SAD seja o mais rápida e indolor possível é a melhor, e talvez a derradeira, forma de ajudar o FC Porto
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Na longa entrevista que deu a O JOGO e à TSF, praticamente nas vésperas das eleições para a presidência do FC Porto, questionado sobre se, em caso de derrota, suavizaria a transição na presidência, Pinto da Costa garantiu que estaria “sempre ao serviço do clube para ajudar”. Ora, parece evidente que, depois da derrota esmagadora que sofreu nas eleições e que encerrou mais de quatro décadas à frente dos destinos do clube, a melhor forma de o ajudar nesta altura seria evitar que o processo de transição se tornasse penoso, seja para quem entra, seja para quem sai. O FC Porto tem problemas urgentes para resolver. Tão urgentes, aliás, que Pinto da Costa tratou de antecipar algumas “soluções” para questões estruturantes nos últimos dias de campanha, apesar das críticas que lhe foram movidas, desde logo por André Villas-Boas, de estar a condicionar a ação da Direção que saísse do ato eleitoral.
Deixar que o presidente escolhido de forma maciça pelos sócios possa assumir a gestão do clube e da SAD no mais curto prazo de tempo possível e começar a cumprir o programa com o qual foi eleito é, desde logo, respeitar o resultado esmagador das eleições. Mas, e se isso não chegar como motivação, também é uma forma de responsabilizar o sucessor. Quanto mais cedo André Villas-Boas for, de facto, presidente do FC Porto e da SAD do clube, mais cedo a responsabilidade de Pinto da Costa pelo que suceda nas próximas temporadas expirará. Isso para além de se evitar a exposição ao absurdo de ter o clube a ser representado por dois presidentes em atos protocolares.