No dia em que Braga e Santa Clara avançaram na UEFA, o avançado do FC Porto vê-se perante possível castigo por ter homenageado Jorge Costa. No final, vai imperar o bom senso, mas talvez fosse escusado gerar tanto falatório
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Regras são regras e nasceram para ser aplicadas, mas o processo disciplinar instaurado a Samu não tem ponta por onde se pegar, sendo fácil concluir que nada vai dali resultar, nem sequer uma multa pecuniária mínima. Os regulamentos são claros na proibição de diversas formas de celebrar o golo e levantar a camisola para mostrar alguma mensagem é uma delas, ou seja, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol fica, automaticamente, obrigado a abrir um procedimento disciplinar, neste caso para averiguar o contexto de tal reação do futebolista.
O conteúdo, naturalmente, não poderia merecer maior sensibilidade da parte dos responsáveis pela aplicação das punições, ou não se tratasse de uma homenagem a um símbolo do clube que acabara de falecer em circunstâncias trágicas e que, ainda por cima, representou o País ao mais alto nível com a camisola da Seleção Nacional. Percebe-se a ideia original de multar jogadores pela divulgação de publicidade ou mensagens de teor político, religioso ou outro que possa ferir suscetibilidades, mas todas as regras têm exceções e haveria uma forma de contornar tanto falatório, eliminando, pura e simplesmente, a obrigatoriedade de passar o caso ao patamar da justiça desportiva, ainda que em nada resulte. Particularidades do futebol português num tempo de boas notícias dadas por Braga e Santa Clara, que seguem firmes na luta europeia. Bem são precisos pontos para trepar no ranking.