Já imaginei Mário Santos na liderança do COP - Mas as suas convicções fortes combinam mal com um cargo que tem muito de político
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A Federação de Canoagem, e aqui pode ler-se Mário Santos e Riszard Hoppe, assumiu uma aposta de risco e travou uma pequena batalha quando decidiu que nos Jogos Olímpicos iria alinhar uma canoa com Fernando Pimenta e Emanuel Silva, em detrimento da presença solitária do primeiro, que com o seu K1 conseguira um apuramento rápido e prometedor para Londres.
A teimosia da dupla, e o adjetivo justifica-se pois a opção resistiu a pressões de muitos quadrantes incluindo políticos, tinha razão de ser e a medalha de ontem provou-o. E demonstrou que a Federação de Canoagem, a primeira a instalar-se a tempo inteiro no Centro de Estágio de Montemor, a mesma que andou em leilões a procurar móveis para uma sede em Gaia que hoje faz inveja, sabe fazer muito com pouco e acerta nas suas apostas.
Já cheguei a imaginar em Mário Santos, um surpreendente e competente chefe de Missão Olímpica, a pessoa ideal para liderar o Comité Olímpico de Portugal. Mas sei que ele não quer e no fundo reconheço que não poderia ser. Neste país, um cargo com muito de político não pode ser ocupado por alguém de convicções fortes, por muito competente que seja...