SENADO - Uma opinião de José Eduardo Simões
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Como é normal, o defeso é mais animado pelas notícias da comunicação social do que o que na realidade acontece.
Por mais entretidos que andemos com o futebol europeu, o facto de termos três treinadores em algumas das principais equipas brasileiras e outros espalhados por "times" um pouco por toda a América do Sul e Central (e em África, claro) devia ser mais bem aproveitado.
Lewandowski fica ou sai do Bayern? E Ronaldo para onde vai, pois é mais que certo que permanecer no Manchester é tão pouco provável como ganhar a lotaria? O Barcelona consegue contratar quem faça a diferença havendo pouco dinheiro? Bernardo Silva que se cuide e fique no City para continuar a mostrar o quão importante é ali e na nossa Selecção. Que super craque vai para o Real Madrid, agora que não conseguiu Mbappé? Como se vai reestruturar o Chelsea com a mudança de proprietário? Que jogadores ainda virão para FC Porto, Sporting e Benfica? No Botafogo de Luís Castro será que Textor vai abrir os cordões à bolsa e dar mais qualidade e equilíbrio à equipa?
Por mais entretidos que andemos com o futebol europeu, o facto de termos três treinadores em algumas das principais equipas brasileiras e outros espalhados por "times" um pouco por toda a América do Sul e Central (e em África, claro) devia ser mais bem aproveitado. No Brasileirão competem 20 equipas. Há a Copa Brasil. Os campeonatos estaduais. As finais de várias competições, nomeadamente dos mais novos e dos estaduais mais fortes (Rio, S. Paulo). Os desafios das competições internacionais (são 12 os clubes brasileiros que competem na Libertadores e Taça Sul Americana).
Tudo isto implica muitos jogos e quantidade apreciável de jogadores, pois durante 10 meses, ou um pouco mais, disputa-se uma média de 1 jogo em cada 3,5 dias. É um esforço enorme que não se compadece com "brincas na areia". Os responsáveis pelos clubes estão a ser inteligentes aos contratar treinadores diferenciados dos habituais, porque perceberam que o respectivo "produto", se for muito melhor trabalhado internamente, terá um selo de garantia para qualquer campeonato europeu e vai valer bem mais no mercado de transferências.
Neste reino lusitano onde não há Cristiano, Mbappé, Messi ou Lewandwski, e em face da valorização do jogador brasileiro, há que agir com inteligência e capacidade de antecipação.
Por isso, neste reino lusitano onde não há Cristiano, Mbappé, Messi ou Lewandwski, e em face da valorização do jogador brasileiro, há que agir com inteligência e capacidade de antecipação. Castro, Abel, Pereira e outros são os melhores conselheiros para avaliar não só quem joga, como quem anda próximo ou ainda não está pronto. O Brasil é o maior manancial de jogadores em todo o Mundo. Portugal é especialista nos descobrimentos de todo o tipo e saber valorizar e conseguir mais valias. Aproveitem os nossos patrícios, informem-se e escolham bem. É que nunca se sabe se aparece por lá um novo Pélé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Mozer ou Ederson. E que jeitaço dariam.