No fundo, a proposta visa mudar para manter tudo na mesma. Para quê colaborar na farsa? O mal do sector não está no “embrulho”, sim no produto.
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Tendo como mote o lançamento de uma campanha para premente recrutamento de árbitros promovida pelo CA da FPF, com particular acuidade e oportunidade, referindo proposta, qual manifesto, de uma nova solução para a arbitragem nacional, apresentada por aquele órgão federativo no início de novembro e que se encontra(va) sob consulta pública, o subdiretor deste jornal, na semana passada, na página aqui ao lado, de modo elegante, como é seu timbre, assertivamente, aproveitava para criticamente mencionar a aparente ausência de interesse, qual omissão manifestada por todos aqueles que, cá pelo burgo, de forma enfática, sobre arbitragem mais se debruçam.
Óbvia e naturalmente, a carapuça, que se afigurou grada, servirá a quem tenha mona adequada (alguns têm-na bem dimensionada, capaz da gorra portar cinco quilos de batatas). A pertinente questão emergente da constatação formulada naquele escrito foi a de se saber: 1) quem estaria ou estará disposto a expressar-se sobre uma ideia assente em princípios despiciendos, já aqui, em 05/11, considerada um nado morto e na semana subsequente alvo dos mais diversos considerandos negativos nomeadamente da LPFP? 2) Um projeto que, irresponsavelmente, preconiza o início de atividade da nova entidade no decorrer da presente, sem ponderar manancial de encrencas possíveis; 3) projeta lucros, mas não diz que receitas e tipo das mesmas; 4) revela subordinação à FPF, mas dá lugar de direção a membro representativo da Associação de classe, merece a credibilidade e colaboração de terceiros? No fundo, a proposta visa mudar para manter tudo na mesma. Para quê colaborar na farsa? O mal do sector não está no “embrulho”, sim no produto.