Há milagres no desporto português ou apenas análises mal feitas? Enquanto uns choram por apoios, outros trabalham, suam e conquistam. E, no fim, são esses que transformam talento em resultado.
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Não será uma perceção, mas uma realidade. O desporto português ou é um milagre ou é mal analisado. Seguindo a ideia do copo meio vazio ou meio cheio, é capaz de ser um pouco de cada. É que, à tendência nacional de reclamar mais apoios – quando nem sempre será isso a fazer a diferença entre o anonimato e a vitória – e enumerar queixas, Portugal ainda vai conseguindo surpreender meio mundo e a outra metade. Se poderia fazer mais com os tais apoios, motivando menos queixas? Talvez. Mas não seria isso a garantir uma avalanche de medalhas e fantásticas vitórias. O trabalho, quando bem feito, é decisivo. Aprendemos isso logo no início do ano com a Seleção de andebol no Mundial, descobrimos agora que o mesmo caminho – o do trabalho bem feito – está a ser trilhado pelo basquetebol, como anos antes vibrámos com o projeto da canoagem. E descobrimos que o mesmo é feito no ténis, ginástica, ciclismo de pista e de estrada. Sem trabalho bem feito, não há apoio que chegue.
Uma nota ainda para o hóquei em patins: olhado de lado por tantos em Portugal, não deixa de ser um bom exemplo de trabalho bem feito. Porque foi sempre capaz de formar dos melhores do mundo e porque, apesar de serem poucos os adversários da mesma valia, não joga sozinho.
E sobre isto, aos que reclamam tanto da Comunicação Social, em especial dos jornais, talvez seja a mesma Comunicação Social, em especial os jornais, que vai dando vida e mantendo vivas algumas destas modalidades. Pelo menos até serem descobertas à boleia de um grande sucesso.