João Pereira conseguiu a segunda vitória consecutiva e livrou-se de uma eliminação na Taça que podia significar o fim da linha, mas o Sporting continua a dar sinais de uma ansiedade debilitante
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1 O Sporting seguiu em frente na Taça e conseguiu arrancar a segunda vitória consecutiva. Arrancar é a expressão certa, porque a verdade é que os leões continuam a dar demasiados sinais de nervosismo para conseguirem acalmar as bancadas de Alvalade. A forma como a equipa se deixou empatar no último lance do tempo regulamentar, depois de já ter sofrido três ameaças diz qualquer coisa sobre o estado de espírito dos jogadores. A expulsão disparatada de St. Juste diz outro tanto. Um erro de Frederico Venâncio salvou os leões de maiores apertos. Mas depender mais de erros alheios do que de acertos próprios é um convite à desilusão.
2 Não é fácil resistir à ironia de ver Pedro Proença avançar com uma candidatura à Presidência da Federação Portuguesa de Futebol que é pouco menos do que unânime. Durante anos, o presidente da Liga foi o alvo preferido de todas as frustrações, de todas as cores, do futebol português. Erros de arbitragem? A culpa era dele, mesmo que a arbitragem estivesse na Federação. Castigos demasiado severos ou demasiado ligeiros? A culpa era dele, mesmo que fossem os clubes a aprovar os regulamentos. O Governo legislou a centralização dos direitos audiovisuais? Era criticado por tratar de a implementar. E, no entanto, sempre que houve eleições para a Liga, acabou eleito, da última vez por unanimidade. E quem tem memória, sabe o caminho que foi feito em termos de credibilização, consolidação financeira e estrutural, com o Arena Liga Portugal a servir de cereja em cima do bolo. De resto, uma coisa pelo menos é certa: se for eleito para a presidência da FPF, está preparado para tudo. Especialmente para as críticas.