PLANETA DO FUTEBOL - Um artigo de opinião de Luís Freitas Lobo
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1 É um sentimento que pode confundir-se com o ego (e, nesse caso, muitas vezes funcionar ao contrário), mas o jogador sentir-se importante dentro da equipa é essencial para o seu rendimento. Dois jogadores fazem-me pensar nesta questão de expressão da sua personalidade dessas diferentes formas.
Kokçu desabafou numa entrevista sobre o que sentia neste momento (sentimento acumulado ao longo da época) dentro da equipa do Benfica, “que não o faziam sentir-se importante”. Foram palavras saídas do ego.
Jota Silva entrou como num conto de fadas na Seleção (o mesmo jogador que há cinco anos ainda andava nos distritais) e em todos os momentos, como falou e a sua face se iluminou ao chegar ao estágio para depois, quando Roberto Martínez o lançou no jogo (a meio da segunda parte), correr com toda a alegria e sua vida na cabeça a cada bola que lhe chegava. Foram movimentos saídos do sentimento.
2 São, claro, situações muito diferentes, incomparáveis, mas no mundo de emoções que faz a personalidade dum jogador e molda-lhe a cabeça para o rendimento são fatores decisivos a que um treinador tem de estar atento. Mais que a tática, a sensibilidade emocional. Jota entrou até para jogar mais como um n.º 9 solto, o que não é a sua posição nem o melhor local para explodir com espaços em profundidade, o que faz de forma mais desequilibradora (meias em baixo nas caneleiras pequenas) quando joga mais em largura, como um médio-ala direito a buscar penetração entre central e lateral. Naquele momento, porém, ele só queria era estar em campo.