Assim que o PSG efetivar o ataque a Vitinha, serão três as vendas de último recurso seguidas no FC Porto. Não são exatamente os milagres por que Mendes é conhecido e põem muito em causa.
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Vender para viver é diferente de viver à mercê do mercado. Talvez compreensíveis à luz dos pecados financeiros do passado que o FC Porto está a pagar, as saídas consecutivas de Luis Díaz, Fábio Vieira e (à espera que o PSG avance) de Vitinha não deixam ser um fenómeno inédito no FC Porto desde o desmantelamento da equipa campeã europeia, em 2004.
Pelas informações que tenho, nenhuma das três estava prevista, a não ser como medidas de emergência para salvar as contas.
Falhados (novamente) os milagres de Jorge Mendes, as reservas tiveram de ser ativadas duas vezes e acredito que a terceira (a cláusula de Vitinha) não venha a ser muito dificultada ao Paris Saint-Germain pelos mesmos motivos.
Fábio e Vitinha são os principais talentos de uma geração que demorará a repetir-se, se alguma vez acontecer, porque as escolas do FC Porto têm grandes concorrentes em tudo o que não seja apenas qualidade do trabalho.
À semelhança de Díaz, ambos os jogadores partem do Dragão muito abaixo da receita que poderiam valer, ou seja, o custo da atual encruzilhada projeta-se no futuro e ultrapassa o desportivo, sendo que esse é imprevisível, porque pode não depender apenas dos infalíveis poderes transformativos de Sérgio Conceição.
Uma destas épocas, o Benfica acertará, e talvez o Sporting consiga substituir melhor o seu Vitinha (Matheus Nunes, se sair de facto) do que o FC Porto. Certo é que a aplaudida quinta versão do futebol de Sérgio encerra-se com a saída do seu médio diferenciador. A sexta, seja ela o que for, depende do (como se vê) tão confiável mercado.