Ao fim de quatro anos, o FC Porto de Sérgio Conceição caminhou o suficiente para já não sobrar sentido ao rótulo de "equipa física". Continua a sê-lo, mas entre muitas outras características. E figuras
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Nos dois jogos transmitidos pela televisão, vimos a versão de FC Porto mais distante daquela que Sérgio Conceição lançou em 2017.
O FC Porto-Roma foi uma luxuriante passerelle de tecnicistas
Já não se pode chamar-lhe "equipa física", como vinha sendo costume (em geral, por preguiça ou ideologia truncada), embora mantenha essa característica e até lhe tenha acrescentado laterais bastante mais rápidos, por exemplo. Mas o físico deixou de ser o que salta à vista.
O FC Porto-Roma foi uma luxuriante passerelle de tecnicistas, de João Mário a Pepê, com tempo para uma colherada de Luis Díaz, e um meio-campo homogéneo (até no banco) de grandes íntimos da bola. Dependerá de como o plantel chegar a 31 de agosto, até por não haver certezas sobre o que pensam treinador e SAD do verdadeiro jogador disruptivo desta equipa (e agora vou surpreender): Vítor Ferreira.
Vítor Ferreira consegue fazer uma equipa jogar melhor
É em definitivo um valor penhorado, para fazer dinheiro rápido, ou está em cima da mesa a hipótese de olhar para ele segunda vez? O estilo não encaixa bem com algumas visões dominantes dentro do FC Porto, que não vislumbram espaço para jogadores assim no atual futebol de decatlonistas, e Vítor Ferreira não vai, de facto, saltar à vara, nem ganhar corridas de cem metros (já uma maratona, talvez). Mas consegue, sem qualquer dúvida, fazer uma equipa jogar melhor e as duas noções não são mutuamente exclusivas, ou não tivesse ele roçado ombros com as manadas de búfalos da Premier League sem notícia de clavículas deslocadas e costelas partidas. É a peça que falta para se poder falar, em definitivo, num FC Porto que saltou para o outro lado da barricada. Um FC Porto realmente prometedor.