Uma acusação formal de corrupção e uma ameaça de exclusão das competições é o que se pode classificar como uma terça-feira negra para o Benfica. O legado de Vieira continua a assombrar o clube
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O fantasma de Luís Filipe Vieira não pára de assombrar Rui Costa, o que não deixa de ser apropriado em mês de Halloween. Claro que neste caso não há escolha entre doçuras ou travessuras. Já se tinha percebido pela recente entrevista a arrasar o sucessor, percebe-se ainda melhor pela acusação do Ministério Público conhecida ontem: para Vieira, as travessuras são a única opção. Claro que para classificar Rui Costa como vítima indefesa do antecessor, pelo menos neste caso dos e-mails, é preciso aceitar a tese que o ilibou admitindo que, apesar do cargo que ocupava, não sabia o que se passava no clube. O que deixa duas opções - e não, não são entre doçura ou travessura - em aberto: ou fechou os olhos para não ver, ou não sabia sequer para onde olhar. Nenhuma delas é particularmente lisonjeira e tanto uma como a outra acrescentam aos argumentos de quem se perfila como potencial candidato à sua sucessão na presidência do clube nas próximas eleições.
Entretanto, vítima das travessuras de Luís Filipe Vieira é, desde já, o Benfica. Claro que há um longo caminho a percorrer antes de sabermos se as acusações de corrupção desportiva e fraude fiscal correspondem a uma condenação transitada em julgado e a uma pena catastrófica de exclusão das provas desportivas. E para os adeptos mais ferrenhos, tal como no futebol jogado, isto não é como começa, é como acaba e o que interessa é saber se no final o Benfica ganha. Mas, entretanto, o clube já sofreu um violento dano reputacional. Mais uma travessura entre as muitas que marcam o legado das Direções de Luís Filipe Vieira no Benfica.