Fernando Santos volta a sair por cima de um problema que parecia complicado. Já vão sendo umas dezenas
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Fernando Santos voltou a dar uma bela resposta na correção hábil dos (grandes) equívocos do jogo com a Suíça. O Portugal-Holanda foi o regresso de uma Seleção Nacional inteligente, bem montada e capaz de desafiar o adversário de várias formas. Ninguém dirá da final de ontem o que foi dito depois da final de Paris. Também foi uma seleção de granito, às costas dos desempenhos descomunais de Danilo e Rúben Dias (o melhor jogo que lhe vi), e já capaz de traçar um retrato mais realista de Bernardo Silva (sobretudo) e de Bruno Fernandes.
Santos nunca será um Guardiola, mas ali não tem de ser. A leitura rápida e clara conta mais e ele tem-no demonstrado, dispensando tiques e assinaturas. É o engenheiro dos dois títulos, com duas gerações diferentes, apesar dos nomes fortes em comum. Cristiano Ronaldo sim, mas ainda Rui Patrício, que passou a ser o guarda-redes português mais internacional, entre outros nomes menos destacados. Patrício pesa muito na blindagem da Seleção.
Também é curioso o saldo tão positivo com a Holanda (oito vitórias e só duas derrotas em 14 jogos), atendendo aos extremos opostos em que as duas seleções são sempre colocadas pela crítica, no caso português especialmente na vigência de Santos. Seria bom trocar-lhe o rótulo do resultadismo pelo rótulo do inteligentismo, quanto mais não seja em reconhecimento a um selecionador que nem com um banho de diluente conseguem arrancar da história. Funciona e pronto.