Sérgio Conceição e Jorge Jesus cometeram deslizes na análise ao clássico. O Benfica foi melhor, mas poderia ter feito mais para ganhar.
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1 - Não é verdade que FC Porto e Benfica tenham estado ao mesmo nível no clássico ou que os campeões nacionais estivessem mais perto de vencer o desafio, como deixa entender Sérgio Conceição.
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Ao contrário do habitual, o Benfica foi mais forte neste jogo: mais intenso, mais agressivo, com maior número de duelos defensivos e ofensivos ganhos, menos remates permitidos, mais cruzamentos certos, etc. Também não vem mal nenhum ao Mundo que se utilizem dois laterais-esquerdos, com pendor ofensivo, para tentar anular a dinâmica do corredor direito do adversário. Por um lado, valoriza taticamente a equipa ou o treinador que toma essa decisão, assumindo os seus receios sem constrangimentos e, por outro, reafirma ao rival a valia da sua ala direita e os problemas que ela normalmente causa.
Jorge Jesus também não tem razão quando diz que nunca sentiu "um jogo tão fácil para ganhar". Se assim fosse tinha ganho e ponto final. Se assim fosse teria injetado Everton e Waldschimidt mais cedo para desgastar ainda mais a defesa adversária e refrescar e dar velocidade ao ataque. Não o fez. E concordando que o Benfica foi superior em quase todos os aspetos, convém recordar que o FC Porto vinha de uma partida mais exigente do que a do rival para a Taça de Portugal, jogou 120", fez mais uma viagem, ficou sem Otávio e perdeu Taremi aos 73" no clássico devido a expulsão. E mesmo com todos estes condicionalismos do adversário, os encarnados não ganharam. O que também deve ser motivo de reflexão...
Ao disponibilizar as suas instalações, na Cidade do Futebol, para acolher doentes infetados com a covid-19, a FPF marca mais um golo decisivo
2 - Tal como Sérgio Conceição, e não há qualquer tipo de ironia nestas palavras, também gosto muito pouco de "papagaios" - daqueles que gostam de anunciar mundos e fundos e, por fim, apresentam uma mão cheia de nada. Mais do que as palavras valem os atos e ao disponibilizar as suas instalações, na Cidade do Futebol, para acolher doentes infetados com a covid-19, a Federação Portuguesa de Futebol marca mais um golo decisivo, o golo da solidariedade e do bom senso. E o futebol é isto.