A obsessão de Félix da Costa com a Fórmula 1 chega a ser irritante, mas é compreensível numa luta de jovens lobos
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Confesso que a obstinação de António Félix da Costa traduzida na sua frase promocional "A caminho da Fórmula 1", mais o hábito de agradecer o apoio dos portugueses, que naturalmente não enchem pistas pelo mundo fora a aplaudi-lo, por vezes me irritam. Por outro lado, consigo ler nessa campanha de marketing uma obsessão que lhe pode ser favorável. Nos tempos atuais, é impossível a um português chegar ao escalão máximo do desporto automóvel pela via que outros antes dele traçaram, a dos patrocínios pessoais aliados aos resultados desportivos, que por si só nunca chegaram.
Como em Portugal deixaram de existir os milhões para apoios, Félix da Costa segue outra via, não menos fácil, mas garantidamente mais prometedora: ele é um piloto Red Bull, faz parte do reduzido lote de escolhidos que estão a ser preparados para ser colegas de Sebastian Vettel, ou para substituir o alemão, que entretanto se deixará seduzir pelo canto de sereia da Ferrari.
O português é, portanto, um dos muitos jovens lobos que se matam por um lugar, por sinal o melhor deles. Só um lá chegará e Félix da Costa ainda está longe. Mas há que ter a mesma fé que ele demonstra. Um dia, os aplausos dos portugueses poderão ser bem reais... e merecidos.