Do ponto de vista do Benfica, a noite foi um milagre terapêutico. Do ponto de vista do Braga, foi um retrocesso aos tempos em que o Benfica podia ser o seu Bayern. Ou mais, porque deu menos luta.<br/>
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Trinta e três minutos de Benfica-Braga. Está 1-1. Pedem a maca para Lucas Veríssimo, que se queixa (muito) de um joelho. P
ouco antes saíra João Mário, também lesionado. O Benfica aproximara-se da baliza do Braga três vezes até essa altura.
A câmara foca um Jesus desorientado, de braços caídos e rugas na testa, a procurar discernir o que acontece com o central no extremo mais distante do relvado. Na hora de jogo seguinte, o Benfica viria a marcar cinco golos, dois deles da desilusão Everton, que ainda acrescentaria duas assistências para assinar a sua noite mais produtiva em ano e meio na Luz.
Do ponto de vista do Benfica, foi um jogo de superação, daquilo que vinha de trás e dos golpes sofridos naquela meia-hora. Até os muitos benfiquistas que, depois da segunda tareia do Bayern, perguntavam porque não dominava assim o Benfica os adversários portugueses ficaram silenciados. Do ponto de vista do Braga, bem, o Benfica não pode ser o seu Bayern, ou toda a caminhada da última década e meia perde o sentido. Ninguém exige ainda vitórias na Luz (ou em Alvalade, ou no Dragão), mas uma goleada conseguida pelo gigante da casa em modo de contra-ataque e um onze inicial à Ludogorets (até o Benfica alinhou com menos jogadores ofensivos) não configuram exatamente o mínimo de competitividade que o Braga ensinou o público a esperar. Atacando mais, menos ou assim-assim, com "ousadia" ou sem ela, a verdade dos factos é que a equipa de Carvalhal deu menos luta ao Benfica do que o Benfica ao Bayern.