O avesso dos "mind games"
As alterações que Sérgio Conceição introduziu no FC Porto ontem também explicam alguma coisa sobre a atitude das duas equipas em campo
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Na antevisão do jogo de ontem, Sérgio Conceição explicou que o FC Porto tinha de pensar que a eliminatória estava empatada a zero, mas a verdade é que foi ele o primeiro a deixar-se instalar no conforto traiçoeiro da vantagem de três golos trazida da primeira mão.
Mudar sete jogadores em relação ao encontro de sábado, deixar no banco Marega, Soares e Brahimi e, na bancada, Herrera e Pepe é um sinal. Esperar que esse sinal seja ignorado pelos jogadores, sejam eles os do FC Porto ou os do Braga, é, no mínimo, profundamente otimista. Claro que Sérgio Conceição tem razão quando diz que era perfeitamente possível o FC Porto ter feito mais com o onze que alinhou de início ontem e é evidente que houve demasiados jogadores que não souberam agarrar uma oportunidade que o calendário vai tornar cada vez mais rara e que podem muito bem ter assinado ontem a respetiva sentença. Mas mexer de forma tão profunda na equipa, tornar tão evidente a poupança de habituais titulares e a utilização de opções de recurso é correr o risco de passar uma mensagem errada, tanto para dentro como para fora.
O Braga, por exemplo, entendeu-a como um sinal de desmobilização do adversário e tomou conta de um jogo que esteve muitas vezes a poucos milímetros de contar uma história bem diferente desta que se resume assim: o FC Porto está na final da Taça de Portugal, voltou a não perder em Braga e ainda poupou uma mão-cheia de titulares para o que aí vem.