Opinião de Domingos Castro - Saímos de Tóquio com orgulho e motivação redobrados, também porque, a culminar um ano de trabalho, vimos 68 recordes nacionais batidos
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Estamos a atravessar um mês marcante, dos mais intensos e relevantes para o atletismo nacional. Os Mundiais de Tóquio foram, sem margem para dúvidas, um ponto alto da nossa história recente: dois campeões do mundo, dois recordes nacionais e uma estafeta estreante a alcançar uma final. Um feito inédito, que sintetiza o que esta geração tem de melhor - talento, ambição e capacidade de trabalho.
Saímos de Tóquio com orgulho e motivação redobrados, também porque, praticamente a culminar um ano de trabalho, vimos 68 recordes nacionais batidos, algo que sinceramente não tenho memória de alguma vez ter acontecido. Mérito dos atletas, pelo empenho e dedicação que demonstraram, mas também do trabalho dos treinadores, clubes e staffs que criam todos os dias as condições possíveis para que o talento floresça.
O foco já está centrado para os Mundiais de Montanha e Trail, no próximo fim de semana, em Canfranc-Pirinéus, onde também estaremos representados ao mais alto nível. Portugal tem tradição e qualidade nestas vertentes e acredito que também aí daremos provas da nossa competitividade. E, no final do mês, a Índia recebe os Mundiais de Atletismo Adaptado, em Nova Deli. Será mais um momento de enorme significado. O atletismo adaptado tem dado passos extraordinários e merece o mesmo reconhecimento e apoio, porque representa não só a excelência desportiva, mas também a força de superação e a inclusão que tanto dignificam o nosso País.
É fundamental que saibamos aproveitar esta geração de ouro. Para isso, é urgente continuar a investir: nos atletas, mas também nas infraestruturas, muitas delas envelhecidas e a precisar de renovação.
O atletismo é a modalidade número um dos Jogos Olímpicos. Se queremos continuar a ser protagonistas, temos de estar à altura desse estatuto, dando condições para que os nossos atletas se mantenham entre os melhores do mundo. Em Tóquio, mostramos que é possível. Agora, cabe-nos continuar este caminho, com a mesma determinação e ambição, acreditando que o melhor ainda está para vir.