PLANETA DO FUTEBOL - Uma análise de Luís Freitas Lobo
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É dos poucos casos que considero a experiência como verdadeiramente capaz de fazer a diferença no futebol.
É preciso saber jogar estes jogos sem problemas existenciais
O ADN experiente do FC Porto nos relvados europeus traduziu-se na tal velha fórmula portuguesa de como jogar estes jogos: inteligência para saber refugiar-se defensivamente, iludir o adversário desse posicionamento, atraí-lo e saber depois trabalhar formas de sair para o ataque (onde, perdida a bola, começa a defender, pressionando saída adversaria, dando assim tempo para o resto da equipa se reordenar defensivamente).
O 4x4x2 do FC Porto fez isso de forma exemplar em Madrid, frente ao exército de Simeone que, sem argumentos alternativos, viu o cinismo e esperteza com que gosta de jogar, passar, num ápice, para o outro lado campo. Por isso, não perdi tempo a decifrar em que sistema ia Conceição jogar. Vi os jogadores e rapidamente (com o capital portista de sabedoria tática europeia adquirida) percebi o que ia acontecer.
Ao princípio, épocas atrás, a entrada europeia de Conceição não foi assim. Também quis (como Amorim) entrar nestes jogos como fossem os do campeonato. Não são. Sofreu na pele com isso, aprendeu e agora joga-os geneticamente de olhos fechados. Amorim terá de fazer a mesma aprendizagem.