PASSE DE LETRA >> Percebe-se que os adeptos se oponham à subida de preços dos lugares anuais
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Transferências, saídas, entradas e o aumento nos lugares anuais: foram estes os temas da semana no SC Braga, um pouco abafados, compreensivelmente, pela atuação da nossa Seleção, que todos seguimos com atenção prioritária. Mas antes, uma declaração: escrevo estes textos como adepto e não me considero um especialista, nem em futebol, nem na gestão de SAD.
Os filósofos pré-socráticos, deslumbrados com os mistérios da natureza e do comportamento humano, distinguiam entre a “doxa” e a “sophia”: a primeira, a opinião, traduzia o saber próprio do senso comum, o conhecimento espontâneo ligado diretamente à experiência quotidiana, enquanto a segunda consistia no saber ligado à longa experiência, que conduzia à ciência (“episteme”). O adepto move-se na “doxa”, com maior ou menor experiência. Por isso, os adeptos são tendencialmente parciais e podem, muitas vezes, ser injustos. Nunca devemos acreditar quando um adepto diz: “eu sou adepto do Braga, mas consigo ver os jogos de forma imparcial”. Isso não existe, verdadeiramente. Também sabemos que todo o verdadeiro adepto sabe mais de futebol do que o treinador da sua própria equipa. É usual ouvirmos as críticas aos treinadores: por que é que este jogador não foi substituído, por que é que jogou só com três centrais, por que é que aquele jogador nunca joga, etc. Entendemos, assim, que os adeptos vociferem contra a não renovação de jogadores, como, p.ex., Borja, que foi, nas duas últimas épocas, um titularíssimo.