Opinião do jornalista Hugo Sousa
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Sem golpes de teatro dignos de um Bertold Brecht, como aconteceu na Alemanha (ao drama do Dortmund no sábado juntou-se, ontem, outro ainda mais épico, do Hamburgo, que festejou a subida antes do tempo...), a última jornada em Portugal reservou-nos apenas uma ultrapassagem do Arouca ao V. Guimarães no quinto lugar como catalisador de emoções. O resto acabou como estava escrito, entre alegrias e tristezas já programadas.
E, a propósito de tristezas programadas, o que dizer da decisão de marcar quase todos os jogos para sábado, mesmo aqueles que não contavam para o Totobola? Tão salomónica na distribuição ao longo da época, com horas absurdas pelo meio, a Liga atafulhou tudo no sábado, conseguindo abafar a final da Taça de Portugal feminina, há muito programada pela FPF, entre Braga e Famalicão. Tão sensível (e bem) a campanhas pela igualdade e respeito, a calendarização desta última jornada é um desafio à lógica que jogadoras de Famalicão e Braga não mereciam. Se os adeptos famalicenses ainda puderam ir ao Jamor, porque jogaram na sexta, os bracarenses terão sido forçados a escolher. Porquê?
À falta de melhor explicação, porque uma semana para a final da Taça masculina não faz da diferença de descanso motivo e a II Liga tinha apenas para decidir uma descida, fica a ideia de que é muito bonita a teoria de defender causas, mas a prática é ainda paleolítica.