Neymar e Nike: tudo menos justiça
Justo? Sim, se decidido por autoridades credenciadas. O que podia ter sido conseguido caso, realmente, estas denúncias se pudessem oficializar (e investigar) em privado. Aparentemente, a funcionária alegadamente agredida estaria disponível para isso
Corpo do artigo
As explicações da Nike sobre o fim do contrato com Neymar vêm introduzir um novo paradigma no futebol. Receptora de uma denúncia de agressão sexual, feita por uma funcionária, a marca preferiu tratar o assunto internamente, de modo a proteger o seu activo. Entretanto, e visto o facto de se tratar de um inquérito privado, o jogador optou por não colaborar. Resultado: inquérito arquivado como inconclusivo - e contrato terminado.
  Dê por onde der, a justiça tem de se fazer para a comunicação social. É demasiado tentador. Inevitavelmente, perdem todos. E, neste caso - como noutros -, voltou a perder a vítima também: ou é mentirosa e nunca se saberá; ou foi agredida e nunca será compensada. É o século XXI em marcha.
  
O que, evidentemente, não podia encerrar o assunto: alguém ficava a perder, como sempre acontece na cessação precoce de um contrato - ou Neymar, ou a Nike, ou mais provavelmente os dois (caso em que a Nike continuava a ter de salvar a face perante a concorrência). Daí este comunicado, que mitiga os danos para a marca e entrega o jogador à opinião pública.
Justo? Sim, se decidido por autoridades credenciadas. O que podia ter sido conseguido caso, realmente, estas denúncias se pudessem oficializar (e investigar) em privado. Aparentemente, a funcionária alegadamente agredida estaria disponível para isso. Mas o facto é que não podem. Nem em França, nem nos EUA, nem em Portugal - em lado nenhum.
Dê por onde der, a justiça tem de se fazer para a comunicação social. É demasiado tentador. Inevitavelmente, perdem todos. E, neste caso - como noutros -, voltou a perder a vítima também: ou é mentirosa e nunca se saberá; ou foi agredida e nunca será compensada. É o século XXI em marcha.
E vamos a ver se, de alguma forma, não se verifica semelhante coisa com Pote e esta denúncia de "doping" nos tempos do Famalicão. O nome do juiz Carlos Alexandre tem "sound bite" a mais para a sua própria conveniência. E o facto de se tratar da mais inesperada superestrela do campeão só acrescenta perspectiva à trapalhada.
