O que mais incomoda as entidades reguladoras do futebol não é a saúde dos jogadores nem a clareza nas regras de financiamento dos clubes
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Na semana em que Pinto da Costa teve uma espécie de funeral de estado e o FCP foi eliminado da Liga Europa, houve adeptos que conseguiram encontrar algo positivo na conjuntura: não voltar a sentir como sua a aflição de Octávio com a bola nos pés, ou escapar à onda de lesões que assola o continente por excesso de jogos. Simples esquemas mentais para mitigar o fel.
A razia de lesões, essa, vai deixando de ser assunto tabu. O cenário das enfermarias começa a quebrar o silêncio prudente que a distribuição de rendimentos da UEFA e da FIFA recomendava. Ouvem-se protestos, ainda tímidos, sobretudo das associações de jogadores. Só clubes com grandes planteis como Real Madrid ou Liverpool mantêm o pé no acelerador, ou PSG, cuja liga doméstica não lhe suga as energias e permite alentar o sempre gorado objectivo de ser campeão europeu, um dia. Ao resto aplica-se o ditado: quem não tem dinheiro não tem vícios.