O Benfica domesticou um Barcelona superior ao que se vinha dizendo e com o mesmo resultado do Bayern. No FC Porto, discute-se se os jogadores serão florzinhas a quem não se aponta o dedo em público.
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1 Alguém terá já dito, e voltará a dizer, que este Barcelona é um fantasma do verdadeiro, como há uns meses fizeram sobre a Juventus que o FC Porto eliminou da Liga dos Campeões, mas nem agora é bem verdade.
O Barça que o Benfica terraplenou ontem à noite mostrou muitas coisas boas, às quais a equipa de Jesus teve de resistir, e não com ajuda da sorte como ouvi dizer.
Se repararem em quase todos os golos "feitos" do Barcelona que o Benfica desfez houve um pé, um peito, uma coxa providencial envolvida. No outro lado do jogo, talvez com outro adversário as fraquezas dos catalães pudessem ter sido disfarçadas. Aquela pode ter sido a melhor defesa possível para os interesses do Benfica, mas também o ataque do Benfica era dos piores imagináveis para o momento do Barça. Repetir o resultado do Bayern de Munique diz tudo. Uma das melhores vitórias internacionais de Jesus, se não a melhor.
2 Pré-aviso de frase chocante: os jogadores de futebol com credenciais de Liga dos Campeões são cidadãos muito privilegiados e altamente bem remunerados, em dinheiro e glória. Não são orquídeas. É evidente que, com graus de responsabilidade diferentes, os jogadores do FC Porto tiveram desempenhos miseráveis anteontem, abaixo dos mínimos de competência exigíveis. Se Sérgio Conceição tivesse individualizado algum deles em público, seria incorreto, sim, mas ele não o fez, e guardar as críticas para o balneário, neste caso, não responsabilizaria suficientemente a equipa por um jogo demasiado incompetente para esse tipo de eufemismos. Podemos falar das escolhas do próprio Conceição (e há por onde fazê-lo), mas não foi ele, com certeza, quem pediu aos jogadores que nunca pressionassem o adversário com a bola nem que dessem ao destinatário dos passes liberdade total para a receber. O FC Porto falhou no básico dos básicos, muito antes de a tática entrar na conversa.