VISTO DO SOFÁ - Um artigo de opinião de Álvaro Magalhães
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Ontem, o FC Porto viveu um dos dias mais importantes da sua longa vida, seja pela decisão que os sócios tomaram nas eleições e que desconheço, seja pela desmesurada e empolgante manifestação de fé e amor clubista. Ontem, nas imediações do Dragão, cheirava a cravos, democracia, liberdade, foi um dia em que o sócio-adepto foi quem mais ordenou.
Em 1982, Pinto da Costa e outros puseram fim à estagnação e ao conformismo provinciano do clube e deram-lhes asas que o levaram alto e longe. Porém, quarenta e dois anos e dezasseis mandatos depois, encontrou o seu perfeito rival e a tribo separou-se em duas partes só aparentemente opostas, pois, apesar de terem intenções e vontades diferentes no que respeita ao acto eleitoral, ambas amam o mesmo clube e esse afecto, que se sobrepõe a tudo, unifica-as. O clube é que é o grande, o único objecto do amor, qualquer presidente, seja o mais velho e mais titulado presidente de sempre, como Pinto da Costa, ou um estreante, como André Villas-Boas, é apenas um amador desse clube, como os outros sócios, um representante deles.