Não posso compreender que o Benfica se comporte como um pequeno na visita ao Bayern
A JOGAR FORA - Opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Faço parte daqueles que criticam as equipas ditas pequenas que se apresentam no Estádio da Luz com um autocarro à frente da baliza. Logo, e em coerência, não posso gostar, não posso apoiar, não posso sequer compreender que o Benfica se comporte como um pequeno na visita ao estádio de um grande europeu. Se olharmos ao histórico de resultados entre as duas equipas antes de quarta-feira - 6 jogos, 6 derrotas na capital da Baviera, 6-24 em golos -, o normal seria passar por continuados apertos, justificando-se, assim, a tática defensiva de Bruno Lage. Difícil de justificar é que os 90 minutos do jogo se tivessem transformado em pouco mais do que uma espécie de treino ataque-defesa.
2 - Certamente que pontuar com o Bayern, de mais a mais em Munique, não era coisa que fizesse parte das contas iniciais do apuramento - das minhas não fazia garantidamente. Em perdendo, ter sido por um até que não foi mau de todo: a diferença de golos é o primeiro - logo, o mais decisivo - fator de desempate para o escalonamento das equipas na classificação final desta fase de liga. Só assim se consegue aceitar que o Benfica, tal e qual fazem as equipas pequenas que visitam a Luz, não tenha desmontado o autocarro para ir à procura do empate, isto é, do ponto que seria ainda mais valioso para as contas do apuramento.
3 - Que consequências pode a derrota de Munique ter para o Benfica no clássico de hoje? No máximo, as mesmas que as da derrota de Roma podem ter para o FC Porto: eles perderam um jogo da Liga Europa, competição para a qual se consideram favoritos, não um jogo da dificílima Champions; e perderam contra o quinto classificado da Série A, não contra o temido líder da Bundesliga.