Nada credíveis
APITADELAS - O CA divulgou números relativos ao uso e aplicação do VAR nas primeiras onze jornadas. Fê-lo com o rigor (salvo seja) que lhe é habitual no tratamento das questões que lhe estão inerentes (veja-se Acórdãos do Conselho de Justiça sobre incumprimento de procedimentos principiais em matéria classificativa e habilitação dos árbitros).
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Primeiro, até final da jornada 11, não foram 99 mas, sim, 98 os jogos beneficiários do sistema. O Marítimo vs. Sta. Clara da ronda inaugural, por ausência do árbitro designado e o de recurso não possuir formação, não conta. O "apagão" verificado no FC Porto vs. Guimarães, da jornada três, não foi mencionado.
"As probabilidades resultantes do divulgado pelo CA são nada credíveis e só convencem incautos!"
Os itens parcelares considerados, sobretudo alteração de decisões, visionamento de imagens pelos árbitros e deteção de apenas nove erros, afiguram-se pouco credíveis, porquanto não incluíram quantas as situações merecedoras de análise e intervenção que passaram sem devida atenção.
Basta equacionar os lances nas áreas de rigor, alguns gritantes, bem evidentes, que passaram ao crivo da análise. Enfim, estatística é isso mesmo: não ramo da matemática, antes área distinta, de teorias probabilísticas para (tentar) explicar a frequência da ocorrência de eventos em estudos observacionais ou em experiências, para modelar a aleatoriedade e a incerteza. As probabilidades resultantes do divulgado pelo CA são nada credíveis e só convencem incautos!
Cooptados
Queira-se ou não, os números apresentados estribam-se na teoria do copo meio cheio ou meio vazio, dependente da perspetiva. O problema arraiga, eminentemente, na incompetência dos "operadores" da aplicação. Operadores que, pelo retirado dos acórdãos do CJ, parecem cooptados com intuito de "silenciar" mais contestações à irregularidade das classificações na época transata.
Penáltis!
As opiniões de alguns comentadores sobre os lances de penálti nos jogos FC Porto-Portimonense e Sporting-Aves, não assinalado o primeiro, sancionado o segundo, mediante o "interesse", referiram encontrar-se o atingido em queda pelo que não se justificava o castigo máximo. Fazer tal afirmação é espúrio. Equivale a dizer não existir falta se a bola não estiver a ser jogada.