PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Um artigo de opinião de José João Torrinha.
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Na sexta-feira, o Vitória virou mais uma página da sua centenária história. Por uma maioria muito expressiva, os vitorianos deram o seu aval à venda de 46% das ações da SAD ao fundo V Sports.
Esta decisão é um voto de confiança na Direção.
Digo "voto de confiança" porque, não obstante ter sido feito um esforço louvável de esclarecimento junto dos associados, todos sabemos que o êxito ou inêxito desta parceria vai depender (e muito) da forma concreta como ela for implementada. E aí tem a palavra a Direção e o seu Presidente.
É bom que António Miguel Cardoso perceba a enorme responsabilidade que os associados depositaram nas suas mãos. Que seja com esta consciência que o Presidente vai enfrentar os anos que se avizinham, onde tudo deve fazer para não defraudar quem nele confiou.
Dito isto, é mesmo tempo de virar a página. Durante as semanas que antecederam a votação, muito se debateu e discutiu. À última hora, ainda tivemos direito à reformulação da proposta a ser votada e mesmo ao aparecimento de outros alegados interessados. A verdade é que quem tinha que decidir decidiu, pelo que o tempo é de olhar para o futuro e procurar que este venha a ser um casamento feliz. Porque é isso que os vitorianos querem (e merecem): ser felizes.
2. E por falar em felicidade e em merecimento, que dizer do dérbi minhoto? Que finalmente se fez justiça aos duelos anteriores. Ninguém pode ser acusado de vitorianismo doente se disser que este ano, dos três jogos, não merecíamos perder nenhum. E aí o mérito a quem o tem: se quando as coisas correm mal o treinador é sempre o primeiro na linha de fogo, quando correm bem, é preciso dizer claramente que o nosso míster está de parabéns.
Nos três jogos diante dos arsenalistas, Moreno deu sempre uma abada a Artur Jorge. Com uma equipa de tostões, contra uma suposta parada de estrelas, o resultado acabou por nos sorrir numa vitória que não deveria ter sido a primeira da época contra aquele emblema.
Mas se isto é assim, é preciso continuar com os pés bem fincados na terra. As nossas debilidades continuam por cá e não ganhamos rigorosamente nada que não fossem os três pontos da ordem.
O caminho que está a ser construído é bonito, mas só será verdadeiramente belo se continuarmos na mesma senda.