Mais valia termos o Duas-Caras à frente da Liga a tomar as decisões por moeda ao ar
Parece que muitas das decisões dos árbitros têm o mesmo grau de arbitrariedade de uma moeda lançada ao ar
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1 - No final do jogo contra o Sporting, dei comigo a pensar no famoso vilão "Duas Faces" (Two Faces). Trata-se de um vilão do universo DC, do Batman, criado pela famosa dupla criadora do nosso herói-morcego, Bob Kane e Bill Finger, em 1942. Duas-Caras é, seguramente, uma das figuras mais trágicas e complexas do universo de Gotham. A sua origem remonta a Harvey Dent, um delegado do Ministério Público e, inicialmente, exemplar e aliado próximo de Batman, cuja vida é destruída após um ataque que desfigura metade do seu rosto. A partir desse trauma, Dent mergulha numa espiral de loucura, tornando-se o criminoso conhecido como Duas-Caras - um homem dividido entre o bem e o mal, entre a justiça e a vingança, guiado por uma moeda com um lado limpo e outro deformado, que lança ao ar para tomar todas as suas maléficas decisões: esta moeda simboliza o julgamento arbitrário, a ideia de que a justiça pode ser tão imprevisível quanto um lançamento ao ar.
Recordei-me dele a propósito das decisões do árbitro, no jogo em Alvalade, mas também de outros árbitros noutros jogos. Afinal, quando é que um "agarrão" é um "agarrão"? Quando é que uma mão na bola é uma mão na bola? O vilão Duas-Caras decidiria de uma forma bastante isenta: lançaria a sua moeda ao ar. E, na verdade, parece que muitas das decisões dos árbitros têm o mesmo grau de arbitrariedade de uma moeda lançada ao ar, mas a dúvida é se têm o mesmo grau de isenção.