A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Melhor ainda do que ganhar em Portimão ao Portimonense, é ganhar em Portimão ao Portimonense completo, sem inexplicáveis poupanças de jogadores, com uma exibição de luxo rumo ao 38! E assistir a tudo isto ao vivo e a cores, na central nascente do Municipal, junto de milhares de benfiquistas.
2 - O sábado já tinha começado da melhor forma, com um almoço muito benfiquista e muito bem servido, na Fuzeta, organizado pelo Renato Rolão no restaurante Iguarias da Vila, com a presença, entre vários amigos, dos pais do António Silva, do pai do João Neves, do vice presidente Rui Passo, do Mauro Xavier e até do maior benfiquista da terra, Américo Martins, que se tornou famoso por mandar às águas da Ria Formosa os rádios em que ouvia os jogos sempre que o Benfica sofria um golo, coisa absolutamente inadmissível para ele.
3 - Impressionante é constatar a forma como Schmidt adaptou o seu modelo de jogo às exigências próprias da Liga portuguesa. Esperava-se um Benfica vertiginosamente ofensivo e goleador - e assim começou a época -, mas com uma defesa algo vulnerável. E tem, é facto, o melhor ataque da prova, com 2,41 golos por jogo (a média dos campeões deste século é de 2,16), mas, surpreendentemente, tem também a melhor defesa da prova, com 0,56 golos sofridos por jogo (a média dos campeões deste século aponta para 0,62). Assim construiu ele aquela que é, e é de longe, a melhor equipa da Liga.
4 - Pobres comentadores: depois de Klopp ter levado 37 jogadores para o estágio de pré-época, foi agora a vez de Guardiola demonstrar que não há nada que diga que um treinador tem que fazer substituições, muito menos a "obrigação" de esgotar as cinco permitidas pela lei.
5 - Ainda em idade de largar a fralda, João Neves vai já fazendo lembrar o melhor Moutinho - e não é pela estatura, por ser algarvio ou pela posição no campo: é pelo que joga, pela forma como preenche espaços, como oferece linhas de passe, como se entrega aos duelos e às batalhas do meio campo, chega até a ganhar bolas de cabeça com o seu surpreendente poder de impulsão. Estou a exagerar? Tomem lá mais: veste aquela camisola (por dentro dos calções) com uma paixão igual à nossa!
6 - E não, não é frete ou favor aos amigos, mas preciso dizer que o António Silva é já, claramente, o grande patrão da nossa defesa. Impressiona pelo que defende sem fazer faltas, ou sem fazer faltas perigosas para a nossa baliza, pelo que joga com a bola nos pés e, também, pelo benfiquismo - vejam o vídeo que por aí anda com o golo de Rafa contra o Braga. E emocionem-se.
7 - Com quase uma semana de atraso, porque os títulos se concretizaram no passado domingo, deixo aqui uma referência de homenagem benfiquista à equipa feminina de futebol pelo "tri" e à masculina de voleibol pelo "tetra".