O sueco dos 97 golos em duas épocas já não mora em Alvalade e para o seu lugar entrou um colombiano que chega da II Divisão de Espanha. O novo “matador” mostra arcaboiço para aguentar a pesada herança.
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Perder um ponta-de-lança que apontou quase uma centena de golos e deixou uma marca impressionante no clube e no futebol português não se afigurava um cenário fácil de reverter. Encontrar no mercado um futebolista com características semelhantes seria o primeiro instinto de quem acabava de fazer um negócio que pode chegar aos 76 milhões de euros, mas a procura do novo goleador por parte da estrutura leonina foi cautelosa e, um pouco contra as expectativas gerais, a escolha acabou por recair num avançado com características distintas do sueco.
Luis Suárez é menos explosivo e mais de combinações curtas com os companheiros, mas após uma exibição prometedora (mas sem golos) frente ao Casa Pia, o colombiano arrancou a todo o gás na sua apresentação oficial em Alvalade, onde voltou a atuar num nível muito interessante e conseguiu coroá-la com dois golos que ajudaram a um resultado gordo que alimenta todas as expectativas de adeptos habituados a vencer nos tempos mais recentes. Claro que vão chegar momentos de dúvidas, porque esta inspiração individual e coletiva não se prolonga por muitos meses — a época é longa e desgastante —, mas o primeiro impacto não podia ser mais positivo.
Suárez chega para fazer esquecer o monstro que assustou defesas na Liga nos últimos tempos e a amostra inicial vai revelando um estilo que convence e um arcaboiço para aguentar tão pesada herança que assume com a pele de “matador”.
O tempo dirá de sua justiça, enquanto isso Rui Borges pode ir flutuando numa boa onda que, afinal, nunca deixou de existir desde a conquista da dobradinha.