PLANETA DO FUTEBOL - Um artigo de opinião de Luís Freitas Lobo
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1 A seleção francesa é devastadora na sua convicção de superioridade, mas com o jogo a decorrer e o passar do tempo percebe-se que, muitas vezes, essa aparente autoridade tem sobretudo a ver com a forma como pisa taticamente forte o seu meio-campo.
O jogo contra a Bélgica, que tentava um novo sistema em 4x4x2 para juntar Openda perto de Lukaku no ataque, voltou a mostrar isso desde o início com Tchouaméni a mandar desde trás como n.º6 e dois interiores, Rabiot-Kanté, a garantirem a intensidade (entenda-se a permanência por todos os espaços em cima da bola). Faltava, porém, a esse trio do meio-campo o quarto elemento colocado num vértice ofensivo para formar o verdadeiro losango que o potencial de força tática deste jogo francês necessita.
2 Tudo parecia construído para isso e ao lançar Griezmann nesse espaço, mas ao optar por o manter quase sempre aberto à direita, o sistema passou a desenhar um 4x3x3 no qual os belgas “encaixaram”. Só quando Griezmann se soltava em diagonais para a zona interior e dava posicionalmente o “vértice 10” ao sistema é que a geometria do trio formava o “losango”. O jogo gaulês ganhava, automaticamente, um criativo-organizador de último passe.