JOGO FINAL - Há muito de escusado no OVNI que sobrevoou ontem a AG da FPF que deveria ter como estrela a contabilidade dos títulos de Benfica, FC Porto e Sporting.
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Um objeto estranho perturbou a Assembleia Geral da FPF que ontem votou a reclassificação histórica dos títulos de campeão nacional. Ao público, o assunto interessa pouco ou nada.
Talvez vá sendo altura de fazerem um esforço para darem uma imagem de convivência mais inspiradora
Só uma microminoria se dará ao trabalho de ler os artigos do Regulamento Disciplinar da Liga que a Federação mandou os clubes refazerem, depois de os ter retirado da ordem de trabalhos.
Mesmo para um profissional informado, são detalhes tecnicojurídicos sem nada de excitante. Mas o facto de ser o enésimo exemplo de falta de coordenação (um eufemismo amável da minha parte) entre os dois organismos que mandam no jogo já não será tão desprovido de interesse jornalístico.
Por que razão chega um regulamento do futebol profissional a uma AG da FPF sem um trabalho conjunto prévio, feito às claras, entre a Liga e o Conselho de Disciplina, responsável por fazer uso das normas? Aliás, pareceres do CD e do Conselho de Justiça até deveriam ser uma etapa obrigatória da produção dos regulamentos. E para que serve haver representantes da FPF na Direção da Liga, e da Liga na Direção da FPF, se depois o que transparece é que continuam entidades completamente estranhas uma à outra?
Não conheço a origem do problema; sei apenas, por experiência, que ele é transversal às direções atuais e às anteriores (já acontecia com Fernando Gomes/Madaíl), como se derivasse da Lei de Bases mais do que das pessoas, mas talvez vá sendo altura de fazerem um esforço para darem uma imagem de convivência mais inspiradora. Se não por isso, que seja pela eficiência.