Guedes sobe depressa e dá o sinal de que os melhores da formação podem partir. Bruno César é aposta de risco
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1 - Gonçalo Guedes está a ganhar dimensão europeia. Joga na Champions, sobe de estatuto na Seleção, passando dos sub-21 aos AA de Portugal num ápice - ontem fez a sua estreia, logo a titular, na derrota contra a Rússia e foi dos melhores -, e começa a ter muita gente graúda atrás de si. A ascensão meteórica do 20 do Benfica pode, no entanto, sair bem cara às águias, que veem um produto da formação pôr as asinhas para fora das mangas e voar por aí antes do tempo. Um projeto assente na formação também tem os seus perigos: os melhores têm um curto prazo de validade em clubes menos abonados e o Chelsea já piscou o olho ao extremo português. É bom, dá dinheiro, mas pode ter um efeito passageiro.
2 - Se Jorge Jesus acredita assim tanto em Bruno César, por que razão desistiu dele a meio da época 2012/13? É verdade que tinha opções de peso como Salvio e Gaitán, mas um polivalente como o Chuta-Chuta, internacional brasileiro, teria de ter espaço no plantel, em circunstâncias normais, e não teve. A explicação é simples: da primeira para a segunda temporada no Benfica, o rendimento do médio caiu com estrondo, gerando alguma desconfiança sobre a sua condição física. Vieira não pensou duas vezes quando chegou a proposta do Oriente e Jesus não ofereceu resistência. Agora, alguns anos volvidos, e de leão ao peito, o técnico recupera-o, embrulhando-o na luta com os titularíssimos Adrien, João Mário, Bryan Ruiz e até Teo Gutiérrez. Será que César terá agora pedalada para aguentar? O risco é de Jesus.