Arbitragem: o não comentar-comentando - A arte de ganhar por tabela e levar com o ricochete
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Jornada cheia: o Benfica ganhou dois pontos à concorrência e Jesus sacudiu o que havia de politicamente correto em Paulo Fonseca e Leonardo Jardim ao não comentar-barra-comentando por antecipação, numa habilidade retórica que não lhe é exclusiva, as arbitragens supostamente favoráveis aos rivais.
Agora, após um penálti a beneficiar o Sporting que só o árbitro não viu e outro a beneficiar o Estoril que só o árbitro viu, dir-se-ia que pela boca morre o peixe se esta estratégia de ganhar por tabela não acabasse, mais tarde ou mais cedo, por fazer ricochete. Que fatalmente acabará por atingir Jesus, porque, mesmo descontando os calores da emoção e somando-lhe a boa vontade do anunciado instinto protetor aos adeptos, é um facto que treinador se excedeu no confronto com agentes da autoridade em Guimarães e para um cidadão normal episódios assim costumam ter consequências.
O problema, sem ser um exclusivo de Jesus, é andar tudo misturado, faltando aprender ou relembrar o bê-á-bá - árbitro é para apitar, jogador é para jogar, treinador para treinar e... a polícia para manter a ordem. Tão simples.
Resumindo esta jornada só em futebol: o Sporting não é a sétima maravilha que pintavam, este FC Porto consegue ser mais entediante que o de Vítor Pereira e o Benfica, mesmo ganhando, ainda mostra que não está atrás dos outros por acaso. Salva-se o Braga de raspão...