Opinião do presidente da TEAM Work Consultores.
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Jorge jesus, interrogado antes do jogo com o PAOK se sentia a pressão emocional contida no jogo de "tudo ou nada" que ia disputar, respondeu: "Zero"! E acompanhou a resposta de um gesto com as mãos onde desenhava o número respetivo.
Quando o vi e ouvi, pensei, "preocupante..."
Oralmente, confirmou, "Não sinto pressão nenhuma." Quando o vi e ouvi, pensei, "preocupante...". Explico. Aquela não era uma boa notícia! Sendo o treinador um modelo e uma referência para os jogadores e, sabendo eu do efeito continuado dos comportamentos dos treinadores nos jogadores, aquela pressão zero poderia dar mau resultado.
Coincidência, ou não, durante toda a segunda parte os jogadores do Benfica pareciam vítimas da anunciada baixa tensão emocional do seu treinador. Evitando neste momento qualquer tipo de especulações, importa mesmo assim esclarecer algo sobre este tema. E para isso recorro a uma mensagem por mim enviada há uns cinco ou seis anos, no apoio a um jovem treinador de futebol, precisamente antes de um jogo dos considerados decisivos.
Para além do maior ou menor talento dos jogadores e do que aconteça ao redor da equipa, o que vai dominar o jogo a teu favor é a identificação que a tua equipa e cada um dos seus membros tenha acerca do que pode acontecer e do que tem de fazer (até aos mais pequenos pormenores).
Quanto ao que te pertence fazer, não esqueças, és um modelo e uma referência, os jogadores estão sempre a olhar para ti e tu estás sempre a comunicar, mesmo quando não falas. O que significa que, se estiveres seguro, confiante, focado na tua tarefa e, principalmente entusiasmado e apaixonado por aquilo que estás fazer, eles irão estar naturalmente seguros, confiantes, focados e, o que é o mais importante, também e entusiasmados e apaixonados pelo facto de irem participar neste jogo.
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No próprio dia do jogo, enviei-lhe outra mensagem: No jogo de hoje, tu e os jogadores vão precisar das vossas emoções para tomarem as decisões necessárias. O que significa que as têm de "soltar"! Naturalmente, "controlando-as", mas sem as "congelarem". Todo o nosso processo de tomada de decisão racional e inteligente precisa de estímulos emocionais para atingir elevados níveis de rendimento! Para o conseguirem, a tua equipa e os jogadores têm de saber reconhecer e gerir os naturais impulsos emocionais que a importância do jogo vos vai provocar, colocando-os ao serviço das tarefas que cada um tem de desempenhar.
Ou seja, é fundamental gerir a ansiedade natural que vão sentir, através do foco nas tarefas respetivas, focando a vossa atenção no desempenho e não no meio ambiente, nos árbitros, ou em eventuais fracassos. Afinal, foquem-se com atenção total e seletiva no que verdadeiramente vai ajudar a ganhar o jogo, "desligando" de tudo o resto. Face ao que aconteceu no jogo, sou forçado a acreditar que a mensagem do Abel Ferreira, treinador do PAOK, no intervalo deste jogo, aos seus jogadores, terá sido algo deste tipo.